Parashiôt 24 a 33 (Vayikrá / Levítico)
Parashat Vayikrá - E Ele chamou
24ª porção da Torá - Vayikrá (Levítico) 1:1 a 6:7
"Tempere todas as suas ofertas de grãos com sal, não omita de sua oferta de grãos o sal da aliança com nosso D´us;ofereça porém o sal com todas as suas ofertas."(Vayikrá(Levítico) 2:13 - BJC).
Os escritores hebreus muitas vezes se deleitam em usar substantivos e verbos da mesma raiz para enfatizar o significado da palavra e freqüentemente usam palavras adjacentes. Na primeira linha, por exemplo, o substantivo sal,é usado, precedido por "em / com o", que significa "com sal que você deve salgar". Na terceira linha, é o substantivo "oferecendo", com um sufixo do pronome possessivo," de vocês ", juntamente com " todas ", mas com um substantivo singular "cada " para significar "cada um oferece o que deve oferecer ". Jonathan Allan.
Mais tarde, na Torá, Moshe explica a Aharon e seus filhos que eles têm "uma aliança de sal para sempre com Adonai." (B'midbar 18:19, ESV). Este é captado pelos sábios do Talmud: "Rabi Simeão diz, aqui se diz, é uma aliança de sal para sempre, e não é dito, "uma aliança de sacerdócio perpétuo" (B'midbar 25:13 , ESV). Como é impossível conceber sacrifícios sem o sacerdócio por isso, é impossível conceber sacrifícios sem sal! " (N. Menachot 20a).
Baruch Levine destaca que "grandes quantidades de sal foram entregues ao templo pós-exílico, em Jerusalém, para uso no culto sacrificial", citando Dario, confirmando o decreto de Ciro: "o que for necessário - touros, carneiros, ovelhas para holocaustos ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho ou óleo, como os kohanim (sacerdotes)em Jerusalém exigirem - deverá ser dado a eles diariamente,sem falhar." (Esdras 6:9, ESV) para assegurar o serviço de D'us. O Rei Artaxerxes repetiu isso por escrito na carta que ele deu a Esdras, o kohen, quando este subiu à Jerusalém para cuidar destes assuntos: "E eu, o rei Artaxerxes, decreto a todos os tesoureiros da província, além do Rio, que o kohen Esdras, escriba da lei do D´us do céu, exigir de você, faça-se com toda a diligência, até 100 talentos de prata, 100 coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite e sal necessário." (Esdras 7:21-22, ACF).
Talvez o mais revelador dos comentaristas judeus, seja Abraham Ibn Ezra: (1089-1167 EC), que (citado aqui por Michael Carasik) põe estas palavras na boca de D'us: "a aliança que trouxe você para comigo, e você jurou diante de mim, é que você não oferecerá nada sem sal e sem graça, por que seria desrespeitoso ". Assim como a comida é sem graça e sem gosto, se não tiver sal, para temperar e destacar os sabores, assim também os sacrifícios são considerados sem graça, se não tiver sal."
No Sermão da Montanha,Yeshua disse: "Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu gosto, como torná-lo salgado novamente? Ele não tem mais utilidade:será lançado fora e pisado pelas pessoas." (Mateus 5:13, BJC). Vivemos numa sociedade consumista, onde o verbo comprar é um dos verbos mais conjugados diariamente.As vezes compramos apenas por impulso, ou segundo um estudo da Universidade Verizon, nos Estados Unidos ( 2010) dizia que o maior impulsionador para as pessoas comprarem é a ansiedade. Com essa visão consumista, é fácil para nós Igreja de Yeshua perder o sabor e nos tornar insípidos e não fazer nenhuma diferença para as pessoas que vivem em nossa volta.
Muitas vezes me pergunto, por que nos bairros e favelas brasileiras com maior índice de criminalidade, prostituição, drogas e violência, são os lugares onde tem maior concentração de Igrejas Evangélicas das cidades? Qual a influência que estas igrejas estão fazendo em seus bairros? Tem algo errado ai. Não estou aqui para julgar e nem condenar, minha missão é alertar, é chamar a Igreja de Yeshua a tomar o seu devido lugar: ser sal da terra e luz do mundo. Porque senão é melhor fechar as portas e ir plantar batatas.
Usando outra imagem, Yeshua disse às congregações, "Conheço os teus atos: você nem é frio nem quente.Como eu queria que você fosse um ou outro! No entanto, porque és morno, e nem frio nem quente, vou vomitar-te da minha boca." (Apocalipse 3:15-16,BJC ).
Como, então, devemos ser sal no mundo? No Evangelho de Marcos, este comentário de Yeshua sobre o sal, nos dá uma primeira pista: "O sal é bom, mas se o sal perder o seu sabor, como você vai fazer isso salgar. Tende sal em vós mesmos, isso é estejam em paz uns com o outros?" (Marcos 9 : 50, ESV). Estar em paz um com o outro pode ser complicado, mas que valor tem nosso testemunho para o mundo, se estamos sempre discutindo entre nós mesmos ou enfatizamos as diferenças entre nós? A segunda pista é encontrada na carta Rav Sha'ul para a comunidade em Colossos: "Que vossa palavra seja sempre graciosa, temperada com sal, para que saibais como deveis responder a cada um." (Colossenses 4:06, ESV) . A nossa forma de falar é importante, para que possamos abrir portas para as pessoas conhecerem o evangelho, em vez de colocar obstáculos em seu caminho.
Meu pai uma vez me disse: "cuidado com seu testemunho, pois enquanto você ler a Bíblia, o mundo ler a sua vida." As vezes criamos uma falsa imagem, dando a impressão que não importa o que as pessoas pensam de nós, sim, não podemos ser guiados por aquilo que os outros acham e sim temos que ser guiados pelo Ruach HaKodesh ( o Espírito de D´us), porém, não podemos fingir ser crentes e dar mal testemunho por ai. Pelo contrário, precisamos ser sal, para dar sabor, preservar esta sociedade apodrecida e fazer diferença onde estamos. Não uma diferença por ser um crente chato, apontador de erros dos outros, legalista que ver demonios em tudo e todos que não concordam com ele. Não, não é este tipo de crente que fará diferença, pelo contrário este tipo de crente afasta as pessoas do caminho da salvação!!
Vamos então meus amados por sal em nossas "ofertas", vivendo uma vida de piedade,amor, harmonia e zelo pelas coisas do Eterno. Se você está precisando de um pouquinho de sal em sua vida, seja humilde e peça a Yeshua que lhe abençoe com está dádiva !!
Que D´us nos abençoe.
Versões bíblicas usadas:
BJC - Bíblia Judaica Completa.
ESV - English Standart Version.
ACF - American Christian Fellowship.
Salvador, 15/03/13
Rosh Jaime Araujo
Parashá Acharêi Môt - Depois da morte
Parashá 29ª Porção da Torá: Vayicrá – Levítico 16:1 a 18:30.
(Lev.18:5 - (BJC) “Guardem minhas leis e regras; se o homem as cumprir,terá vida por intermédio
dela,....”
Parashá 29ª Porção da Torá: Vayicrá – Levítico 16:1 a 18:30.
(Lev.18:5 - (BJC) “Guardem minhas leis e regras; se o homem as cumprir,terá vida por intermédio
dela,....”
Este é um dos versos mais discutido nas Escrituras Hebraicas, tanto em seu significado original,quanto em seu uso em traduções posteriores ( Septuaginta, Vulgata,etc). A primeira metade do texto é direto: guardar, manter ou observar, com a conjugação do verbo no futuro, denotando uma ação em vez de um comando. Nossa tradução acima, então, é literal.
No comentário do Rabino Marcelo Guimarães (Vayicrá,página 129), ele cita este mesmo verso com uma beleza muito completa: “O Antigo Testamento traz qualidade de vida, conhecimento de D´us, aperfeiçoamento e embelezamento da alma... Quando estou no Mashiach cumpro a Torá e o jugo é leve e suave. Para quem não está na graça, a Torá é pesada... Estudar a Torá é receber revelações do tempo de D´us, do Messias Yeshua, além da revelação do lado prático e funcional da Lei.” (Negrito feitos por mim).
Dr.Jonathan Allen, cita dois grandes comentaristas do Judaismo Reformado: “Plaut, assume o significado claro do texto: "Ao observar a lei de D'us, a espécie humana vive bem e de forma significativa - e será recompensada por uma vida longa." Plaut é apoiado pelo professor Friedman, que traduz e, em seguida, escreve: "'quando um ser humano guarda a Torá, ele vai viver por ela!" As leis não são apresentadas como um fardo, mas uma bênção! Aqueles que têm caracterizado a lei como um peso que nenhum ser humano pode suportar, possivelmente, como uma maldição da qual alguém precisa ser salvo, pode apreciar a qualidade suficiente e o positivo resultado do seu cumprimento, pela maneira que os que a obedecem vivem."
ORabino Samson Raphael Hirsch (1808-1888 EC), argumenta que este texto significa que o relacionamento com D'us é aberto não só para Israel, mas para todas as pessoas não judias que lêem, estudam e obedecem a Torá: "Qualquer um e a todo mundo está assim assegurada a realização do mais alto grau de perfeição e felicidade possível para um ser humano para se aproximar de D'us... Nada mais e nada menos será ganho a partir de sua observância do que, a concepção mais elevada de ter positivamente e verdadeiramente uma vida abundante!"
O profeta Ezequiel repete o sentido do nosso texto, - "E eu dei-lhes os meus estatutos, e lhes fiz conhecer os meus juízos, por que, se um homem os observa, viverá por eles." (Ezequiel 20:11, NVI) - e em seguida, confirma que Israel rejeitou tanto os mandamentos quanto a vida: "Mas a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto não andando nos meus estatutos e rejeitando os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem viverá por eles..."(v. 13, NVI). Neemias também faz a mesma observação: "eles agiram com arrogância e não ouviram os teus mandamentos, mas pecaram contra teus decretos, por que se um homem os observa viverá." (Neemias 9:29, NVI). Será que estas palavras não lhe diz nada, meu amado irmão ou irmã?
Muitos outros sábios do Talmud escreveram coisas lindas e belas sobre a observância da Torá, a qual traz vida plena, não apenas neste mundo, mas no vindouro.
O mais sábio, o mais santo e o mais completo entre todos os rabinos que já viveu aqui nesta Terra, Yeshua HaMashiach, deixou claríssimo que devemos viver de acordo com a Torá, veja o que ele disse em Mateus 5:17 a 20 (BVN) - “Não penseis que vim revogar a Torá ou os profetas. Não vim para revogar, vim para cumprir... Aquele pois que violar um destes mandamentos... será considerado mínimo no reino de Deus, aquele porém que os observar e ensinar será considerado grande no reino de Deus...”.
Como vamos viver questionado a validade da Lei de D´us? A Torá, é muito mais que simples leis, regras, estatutos e juízos. A Torá, que na sua língua original significa instrução, é o fundamento de todo ensino proveniente de D´us. Os sábios que escreveram o Talmud, dizem que entre as Sete coisas que existiam antes de Adonai fundar o mundo, uma delas era a Torá. A Palavra do Eterno sempre existiu e Yeshua deixa isso claro em Mateus 5:18, que esta Palavra não passará.
As vezes temos um raciocínio enviesado sobre a Lei de D´us. Muitos teólogos cristãos, notadamente os evangélicos, se apressam em citar Gálatas 3:13, onde o Rav.Sha´ul (Apóstolo Paulo) falou que Cristo nos resgatou da maldição da lei. Lógico, sim, sem dúvida, Yeshua nos livrou de todas as maldições escritas na Lei, mas não nos exime do cumprimento dos mandamento! Cito um fato muito simples: mate alguém e me diga se é contra a Lei!
O fato do Rav.Sha´ul falar em Efésios 2:8-9 “Porque pela graça sois salvos...”, não tira a nossa responsabilidade de obedecer os mandamentos da Torá, sim muitos deles não se aplicam a nós crentes em Yeshua na atualidade, pois eram leis sacrificiais, leis civis exclusivamente para quem morava na Erez Israel, estas leis não se aplicam nem aos Judeus na Diáspora. Eis aqui uma grande confusão que fazemos.
Pergunto então a vocês crentes em Yeshua, quando você lê João 14:21 ou 15:10, o que você entende com isso? Para mim é óbvio o Senhor Yeshua Ha Mashiach guardou os mandamentos e nos instrui a fazer o mesmo!!
Irmãos, por favor, antes de vocês me crucificarem e me por uma pecha de judaizante, esperem!! Não estou aqui defendendo que temos que abandonar os benefícios da graça de D´us , sem ela é impossível alguém ser salvo, nem estou dizendo que temos que cumprir as leis, estatutos, ordenanças para ser salvos, longe de mim tal afirmação. Estou clamando ao seu cérebro, que pense um pouco, que medite um pouco e veja que fomos salvos pela graça (Efésios 2:8-10), através da fé, para praticar as boas obras que D´us colocou na Torá! Quando fazemos isso estamos cumprindo o que diz o verso no início desta Parashat.
Seguindo estes ensinamentos teremos vida, tanto nesta vida como na vindoura!! Que o Eterno D´us de Israel, Pai de nosso Senhor e Salvador Yeshua Ha Mashiach, abra seus olhos espirituais e lhe ajude a andar de acordo com a Sua Palavra, a Torá eterna!
Com muita oração e zelo pelas coisas do Eterno
Rosh Jaime Araújo
Salvador, 18 de Abril de 2013
Versões bíblicas usadas:
BJC– Bíblia Judaica Completa
NIV – New International Version
BVN – Bíblia Vida Nova
Parashat Shemini – Oitavo
Parashat Shemini – Oitavo
Fogo Consumidor (Levítico 10:1-5).
“A narrativa da morte dos dois filhos de Aaron em Levítico 10 é um sanduíche literário com um recheio intragável que se quer cuspir da boca o mais rápido possível. Ela está inserida entre as instruções de Moshe sobre como oferecer sacrifícios pelos pecados do sacerdote e do povo, a consequente manifestação da presença de Adonai que levou o povo a um estado de grande regozijo e a continuação das ordens de Moshe nos rituais para a apresentação de oferendas. Tudo estava planejado nos mínimos detalhes para o cerimonial que traria a presença da glória de D’us. Os sacerdotes foram purificados dos seus pecados através da oferta do bezerro numa alusão ao pecado de Aaron na construção do bezerro de ouro no deserto. O povo foi purificado por meio da oferta do bode numa referência ao pecado cometido contra José quando fora vendido pelos irmãos aos Egípcios. O povo foi abençoado por Aaron primeiro e depois juntamente por Aaron e Moshe.
A presença do Senhor já havia se manifestado para todo o povo, e Adonai aceitou as ofertas, consumindo-as no altar. Ao ver que Adonai aceitava suas ofertas pelos seus pecados, o povo foi tomado de grande regozijo e temor. É então no meio dessa festa toda que o plano do Eterno é interrompido por um fogo não autorizado por Ele, fogo este oferecido por Nadab e Abihu.
O “fogo estranho” que os dois ofereceram diante de Adonai tem sido interpretado de várias maneiras tanto por Israelitas quanto por Cristãos. Alguns estudiosos dizem que o fogo estranho oferecido foi uma consequência dos dois sacerdotes se encontrarem embriagados, já que há um outro sanduíche que se segue na narrativa quando Adonai dá a ordem a Aaron para que ele e seus filhos jamais entrem na Tenda do Encontro intoxicados por álcool. Há outros que dizem que o intento dos dois irmãos era o de afrontarem Adonai com uma oferta especial numa tentativa de redimirem o pecado de Adão e Eva para que uma nova era iniciasse para a humanidade, numa continuação das ofertas pelos pecados do bezerro de ouro e contra José. Há ainda outros que consideram o pecado cometido pelos dois como um pecado transmitido pelo pai Aaron por ocasião do bezerro de ouro. Outros ainda que Nadab e Abihu tivessem sofrido tardiamente a consequência de terem sido os que declararam para Israel acerca do bezerro de ouro: “Este é o seu deus, Israel”. Sem citar de maneira nenhuma todas as interpretações que existem sobre o texto, mencionamos por último que os dois sacerdotes pudessem ter tido o intuito de controlarem Adonai ao oferecerem incenso na expectativa do fogo divino descer sobre seus incensários, quando o propósito de Adonai era que a manifestação de Sua Presença causaria o fogo, selando a Sua aceitação das ofertas do Seu povo. O texto sem dúvida é riquíssimo e difícil de interpretar, e o fogo não autorizado, sem dúvida, causa sofrimento na comunidade inteira, mas principalmente na família de Aaron.
Aaron não perde apenas um, mas dois filhos. Aparentemente mortos pelas mãos do D’us que acabara de fazê-lo Seu Sumo Sacerdote. Moshe, seu irmão e príncipe, não lhe oferece a menor simpatia ou conforto; pelo contrário, Moshe defende o Senhor trazendo acusação aos filhos de Aaron. A resposta de Aaron, no entanto é o silêncio, e isso o faz crescer na narrativa. Ele não pode defender os seus filhos, mas ele também não pode desonrá-los. Ele prefere o silêncio. E é no silêncio que ele grita sua dor. Como você continua seguindo ao Senhor depois de perder não apenas um, mas dois filhos? Como responde ao grito de dor de sua esposa, sem uma chance para consolá-la? Como responde ao medo que vê nos olhos dos filhos que lhe restaram? Como vencer o medo de que o mesmo poderá acontecer a eles? Como pode conviver com o fato de que não conseguiu salvar seus filhos de serem queimados quando eles estavam tão perto de você? Como pode tirar a imagem dos seus corpos duros e pretos pelo fogo carregados nas suas túnicas sacerdotais que aparentemente não foram afetadas pelo fogo que lhes tirou a vida? Como pode aceitar o milagre de uma roupa preservada no meio do fogo quando o milagre que você mais quer é seus filhos vivos? Como você pode ser o Sumo Sacerdote de um D’us que, segundo as testemunhas, matou seus filhos?
Marcião não precisou passar pelo sofrimento de Aaron para declarar o D’us do povo de Israel como injusto, maligno, e vingativo. Marcião foi a pessoa que desencadeou o processo que levou a Igreja a desenvolver o que chamamos hoje de o Novo Testamento. Declarado herege pela Igreja de Roma ele não se abateu e sua Igreja floresceu por um bom tempo longe da Igreja Romana. Filho de um bispo, Marcião achou a resposta de como conciliar o amor de Adonai com o mal que aflige a humanidade quando decidiu que o D’us dos Israelitas não era o mesmo D’us dos Cristãos. Infelizmente seu fantasma ainda paira sobre a Igreja hoje. Quando estava fazendo Especialização em Ministério com crianças e adolescentes, a coordenadora do curso um dia nos contou sobre a morte de sua filha num acidente de carro. Ela jamais veria a menina se formando na escola, casando e tendo seus filhos. Já fazia alguns anos desde o acontecimento, mas podíamos ouvir as lágrimas descendo na sua voz, seu grito de dor preso na garganta, e a dolorida realização de não ser imune ao sofrimento, e de que o fogo que consumiu Nadab e Abihu também pode ter destruído Ananias e Safira. À professora foi negado ver sua filhinha crescendo e trazendo ao mundo filhos. A Aaron foi negado ver os filhos que Abihu e Nadab não tiveram. Mas como você é capaz de se livrar do fantasma de Marcião que insiste em fazer da sua dor a arma para lutar contra Adonai?
Muitos pais sobreviventes do fogo consumidor que atingiu os Israelitas na Europa também nunca tiveram a oportunidade de verem seus filhos crescerem ou formando famílias. Otto Frank, pai de Anne Frank foi apenas um entre milhões. Um dos primeiros a entrevistar sobreviventes do Holocausto foi o Psicólogo Americano David P. Boder durante o verão de 1946. Ouçamos então alguns testemunhos: “Eles (os Alemães) agarravam as crianças pelas pernas e as atiravam contra as paredes... As mães viram o que estava sendo feito contra seus filhos. Elas se atiraram pelas janelas... Aí eles foram pro hospital e começaram a retirar todos os doentes... os doentes começaram a se atirar pelas janelas. Aí eles (os Alemães) correram pro telhado com metralhadoras e começaram a atirar nos doentes. Todos foram atingidos...”
“Estávamos amontoados uns em cima dos outros nos vagões de carregar gado... as mães estavam falando pros seus filhos pequenos pularem e se salvarem, mas não havia nenhuma abertura por onde eles pudessem passar. Estava tão quente e sufocante que todos começaram a tirar as roupas, e criancinhas começaram a chorar de sede. Começamos a gritar pedindo água. Os Alemães começaram a atirar de cima do trem prá baixo... eu me escondi debaixo dos mortos. O sangue dos mortos escorria em cima de mim. Uma garotinha de quatro anos estava me pedindo, ‘me dê um pouco de água, me ajude’ mas eu não podia fazer nada. As mães estavam dando urina pros seus filhinhos beberem. As criancinhas estavam sufocando...”
“Nós os vimos trazendo mulheres e crianças prá serem mortas por gás e depois queimadas. As mulheres estavam repetindo sem parar, ‘Ainda tem Judeus no mundo?’ Nós achávamos que não havia mais Judeus, que somente um punhado havia sobrevivido... mulheres grávidas foram levadas para o topo de um monte e lhes tiraram toda a roupa antes de lhe matarem com tiros. Eles nos fizeram fazer um fogo e as queimamos. Mas antes eles tiraram os dentes de ouro dos corpos.”
O destino final dos Israelitas variava de acordo com as condições locais. Os Israelitas foram mais vulneráveis nas áreas em que os oficiais Alemães tinham mais poder. Os Israelitas da Polônia, do Leste da União Soviética e dos Estados Balcãns foram dizimados por uma combinação do poder dos oficiais alemães nas suas regiões, o tamanho das suas comunidades Israelitas não-assimiladas, e o encorajamento que o anti-semitismo deu para a cooperação entre os nativos e os assassinos. Os Israelitas da Sérvia, Bohemia-Morávia e parte da Grécia foram deportados para a Polônia prá serem exterminados. O mesmo aconteceu com os Israelitas da Áustria e Alemanha. A metade dos Israelitas da Hungria foram exterminados com ajuda local. A Slovakia e Croácia criaram campos de trabalho forçado para alguns Israelitas e enviaram outros para os campos de extermínio. A Romênia e a Bulgária se recusaram a obedecer os Alemães garantindo sua liberdade nacional mas confiscando a propriedade de muitos Israelitas nativos e enviando alguns para campos de trabalho forçado, mas não os entregaram aos Alemães. No entanto na Romênia, como o anti-Semitismo era muito forte, milhares de milhares de Israelitas foram assassinados em pogroms mesmo que a maioria ainda sobrevivesse.
40 % dos Israelitas da Europa Ocidental foram assassinados. ¾ dos Israelitas Holandeses pereceram no Holocausto, porque estavam concentrados em Amesterdãn, seus líderes comunitários eram oficiais passivos, e tiveram poucas oportunidades para se esconderem no país de densa população. Os Israelitas Franceses morreram como resultado da colaboração do regime Vichy com os Alemães, mas 20% morreram, pois, estavam dispersos pelo país. O pequeno grupo de Israelitas Dinamarqueses foram quase todos transportados por barco para a Suécia pelo povo da Dinamarca que não simpatizava com o anti-Semitismo. Os italianos entregaram 16% dos Israelitas Italianos para serem mortos pelos Alemães, após a queda de Mussolini.
Países neutros como a Suiça, Suécia, Espanha e Turquia aceitaram um número limitado de refugiados, livrando-os da sua morte. O Papa Pio XII ficou calado, com medo da vingança Alemã. Mas, Católicos da França, Hungria e Slovakia tanto do clero como da população interviram em favor dos Israelitas. A Inglaterra e os Estados Unidos avisaram que os Alemães dariam conta de seus atos de genocídio. O presidente Roosevelt teve a chance de salvar mais vidas, mas não a utilizou.
O Brasil também tem as mãos manchadas de sangue Israelita. Getúlio Vargas ordenou explícitamente aos consuls brasileiros na Europa a recusarem vistos de entrada a qualquer um que tivesse origem “Semítica”. Uma exceção foi o consul na França Luis Martins de Souza Dantas que continuou a dar vistos de entrada a Israelitas durante os anos 1940-1941, desobedecendo assim as ordens explícitas de seu superior.
O anti-Semitismo tem uma longa historia na Europa, não apenas na Alemanha. Tradicionalmente o anti-Semitismo nasceu no meio dos Cristãos como uma rejeição aos Israelitas como deicidas ou matadores de D’us. O fantasma de Marcião aproveitou a oportunidade do fortalecimento da fobia Judaica com a inveja do progresso dos Israelitas nas áreas de economia, publicação, indústria metálica e de roupas após a Primeira Grande Guerra, para aniquilar a população Israelita totalmente. Sabemos que esse intento foi frustrado mesmo que 6 milhões tenham sido exterminados. A dor do pai de uma criancinha Israelita queimada num forno Alemão Cristão já teria sido suficiente para incitar revolta, mas 6 milhões evoca um número quase impossível. O novo-velho anti-Semitismo luta para apagar essa parte da história humana, mas jamais poderá apagar a dor da mãe, do irmão, do avô, da tia, do sobrinho, do pai...
A dor de Aaron é imensa e só lhe resta o silêncio. Como responder ao comentário de Moshe que acusa seus filhos, que lhe acusa indiretamente também? Os sobreviventes do Holocausto ficaram também calados logo ao voltarem; todos lhe diziam para não chorarem pelos seus parentes assassinados pelas nações, para esquecerem o que havia lhes acontecido. Também muitos lhes acusavam de não terem resistido, de não terem feito o que deveriam para salvarem seus entes queridos. Muitos, como Aaron, preferiram o silêncio. Também não tiveram o último consolo de carregarem os corpos queimados dos seus parentes, pois estes já haviam sido completamente pulverizados. E, assim como Aaron, não tiveram a oportunidade de sepultarem seus amados.
A dor de Aaron torna-se a porta para a revelação que Moshe parece não receber, pelo menos no mesmo tempo que o irmão a recebe: de que o fogo que matou seus filhos e o fogo que traz a revelação da glória de D’us estão ligados um ao outro. Como pode D’us permitir o Holocausto? Como poderia Ele não permitir? O mesmo pedaço de pau que uso pra construir uma cadeira prá me sentar pode ser usado como uma arma para alguém me arrebentar a cabeça. Se Adonai acatasse meu desejo da arma nas mãos do que quer me destruir se transformar em um pedaço de esponja prá não me machucar, como saberia eu que a mesma madeira me oferece a oportunidade de fazer uma cadeira onde me sentar quando cansada? Se Adonai atendesse meu pedido de que a pedra no meio das águas na praia se movesse à medida que eu andasse prá que eu não molhe os pés, como o outro que vem atrás de mim se equilibraria se a pedra se movesse para satisfazer minha vontade? C.S. Lewis disse “Que Deus pode e muda, em certas ocasiões, o comportamento da matéria e produz o que chamamos milagres e é parte da fé Cristã; mas o conceito de um mundo comum e, portanto estável, exige que essas ocasiões sejam extremamente raras... Tente excluir a possibilidade de sofrimento o qual envolve a ordem da natureza e a existência de livre arbítrio, e você verá que terá excluído a própria vida.”
Os teólogos continuam debatendo o que causou o fogo que exterminou Abihu e Nadab, mas, claramente podemos ver que Adonai havia determinado que esse fogo seria para consumir as ofertas oferecidas a ele, e não para matar seres humanos. Pouco sabemos das implicações de um milagre na ordem natural do universo se esse tivesse sido realizado para livrar os dois irmãos da morte, no entanto, nos é fácil julgarmos e chegarmos à conclusão de Marcião de que o D’us dos Israelitas é um D’us vingativo e maligno, diferente do D´us dos Cristãos, perdoador e bondoso, se somente pudéssemos totalmente nos esquecer de Ananias e Safira. Podemos também acusarmos as vítimas do Holocausto como tendo recebido justificável punição como avarentos, rebeldes, enganadores, e principalmente como assassinos de Cristo se somente pudéssemos esquecer de quatro pontos muito importantes, todos os doze apóstolos eram também Israelitas como Yeshua e que sem eles o mundo jamais teria tido a oportunidade de aceitar o D’us dos Israelitas; a nova aliança foi feita primeiramente com um grupo de Israelitas, seguidores de Yeshua; não foram as mãos de Israelitas que mataram Yeshua mas as mãos dos Romanos; e que a humanidade usou seu livre arbítrio para tentar exterminar o povo com quem Adonai fez um pacto por todas as gerações e que não há fogo humano que possa destruir essa aliança. Se não sabemos a causa do fogo que exterminou Nadab e Abihu, não temos desculpa para não sabermos a causa do fogo do Holocausto: esse fogo claramente não veio do Senhor, mas, das mentes e mãos de seres humanos que acharam que poderiam controlar O Eterno acendendo um fogo não autorizado e oferecendo a Ele no lugar de bezerros e bodes e carneiros seus semelhantes. Se o fogo divino desceu na ocasião foi a de levar uma nação poderosa como a Alemanha a se dobrar de vergonha e cumprir as profecias do profeta Ezequiel de dar vida aos ossos secos e do profeta Isaías de fazer uma nação nascer num só dia, glorificando assim a Adonai a quem pertence a honra e o domínio sobre o universo!!
O Holocausto que lembramos amanhã no mundo todo, onde há a presença de Israelitas, foi sem dúvida o maior fogo a afligir o povo de Adonai. Não há como comparar o sofrimento de Aarom com o sofrimento de milhões e milhões que perderam 6 milhões de familiares, assim como também o nosso sofrimento, por mais intenso que seja empalidece diante do Holocausto. Mesmo assim temos o conforto de saber que no meio do nosso sofrimento pelo nosso filho e nossa filha, nossa mãe e nosso pai, irmãos, primos, tios e sobrinhos a presença de Adonai se manifesta em nosso meio, pois Ele é Nadab (generoso) e Abihu (Ele é meu pai). Que você possa receber o que Yeshua nos deixou quando disse em Yohanan 14:27 “O que lhes deixo é shalom, dou-lhes minha shalom. Não a dou como o mundo a dá. Não se deixem perturbar nem fiquem com medo”.
Bíblias usadas:
David H. Stern, Biblia Judaica Completa
Adele Berlim e Marc Zvi Brettler, The Jewish Study Bible
JPS, Hebrew-English TANAKH
Fontes consultadas:
C.S. Lewis, The Problem Of Pain
Shoah Resource Center, www.yadvashen.org
Liafeld, Damages Due To Fire: Levines, The Bible, and the Holocausto (OAT)
Samuel Totten et al, edits., Century of Genocide: Eyewitness Accounts and Critical Views
Maristela Araújo é pastora Batista (Southern Baptist Church), atualmente faz Mestrado em Divindades no Seminário Teológico Batista em Richmond, Virgínia - USA.
Membro da Congregação Judaica Messiânica Tikvat Ysrael, Richmond,Virgínia – USA.
Parashat Tzav - Ordena
25ª Porção da Torah - Vayikrá /Levítico 6:8 a 8:36
“O Kohen (sacerdote) ungido e seus filhos tome um punhado de farinha, um estatuto eterno para Adonai”. Vayikrá /Levítico 6:15.(JPS).
“Em uma leitura rápida, esta ordenança aplica-se à oferta que o Kohen haGadol (Sumo Sacerdote) e os seus filhos ofereceriam no dia de sua posse: "Esta é a oferta que Aharon e seus filhos devem oferecer ao Senhor, por ocasião da sua consagração: 1/10 ( um décimo) de um efa de farinha escolhida,como oferta permanente de cereais, a metade de manhã e metade à tarde." (Vayicrá 6:20, JPS), mas a tradição judaica usava esta oferta para cobrir a oferta de cereais que é trazida pela manhã e à noite todos os dias como uma parte do holocausto contínuo especificado anteriormente em Shemot/Êxodo 29:38-40. A conexão é feita por causa da natureza "contínua" da oferta e seu tamanho: um décimo de efa.” Jonathan Allen.
Em uma passagem em honra a Moshe, Aharon e Pinchas, “Na Sabedoria de Ben Sirach” ( também conhecido como Eclesiástico, o livro foi escrito provavelmente entre 200-175 AEC em Jerusalém pelo escriba Yeshua ben Sirach) diz que, "a oferta de cereal do Kohen haGadol (Sumo Sacerdote) é totalmente queimada como oferta perpétua duas vezes por dia" (Ben Sirach 45: 14, Anchor Bible). A Mishnah também se refere a ela como uma prática diária nos tempos do Segundo Templo; Menachot 4:5 e 6:02 chama esta oferta de : “a oferta de cereais do dia ", os bolos assados numa forma redonda para o Kohen Hagadol (Sumo Sacerdote)". Em "Antiguidades dos Judeus", Flavius Yosefus também se refere a esse rito (4.10.7).
O Rabi Levi ben Gerson, Gersonides ou Ralbag (1288-1344 EC), insiste que "não deve haver interrupção dessas oferendas diárias, se o Kohen haGadol morre, seus herdeiros deverão oferecer esta oferta até que outro Kohen haGadol fosse nomeado." Os Sábios tem uma extensa discussão a respeito de quem deveria costear as ofertas de cereais em tal circunstância: "Nossos rabinos ensinaram: Se o Kohen haGadol morreu e não havia nomeado outro em seu lugar, de onde virá a oferta que deve ser oferecida? Da herança de seus herdeiros? Porque está escrito: "E o sacerdote ungido que deve estar em seu lugar dentre os seus filhos devem oferecê-lo". Então o rabino Judá bar Simeão diz: 'É um estatuto para sempre ", isso implica que ela é oferecida às custas da comunidade" (n. Menachot 51b).
O texto acima levanta a questão de como exatamente o Kohen haGadol é nomeado e quanto tempo leva para esse processo acontecer. Se tem havido uma discussão sobre quem arca com o custo da oferta, então pode-se supor que a sucessão não é nem automático ou instantâneo. Um, ou talvez mais de um dos filhos do sacerdote falecido ficava responsável por manter os sacrifícios diários até o período de luto tenha acabado e o novo Kohen haGadol fosse instalado.
É importante reconhecer que as nossas relações com D´us, sejam judeus ou gentios, não estão em uma base hereditária. Rav Sha'ul (Apostolo Paulo) descreve uma continuidade da graça no seio das famílias: "Porque o marido incrédulo é santificado por causa de sua esposa, e a esposa incrédula é santificada por causa de seu marido. Caso contrário, os vossos filhos seriam impuros, mas agora são santos" - (1 Coríntios 7:14, ACF). Pela presença de um crente em uma família de descrentes, uma medida de graça é estendida para os membros incrédulos, para que possam ouvir o evangelho e ter a oportunidade de entrar em relacionamento com D'us por si mesmos.
O Rabi Levi ben Gerson, Gersonides ou Ralbag (1288-1344 EC), insiste que "não deve haver interrupção dessas oferendas diárias, se o Kohen haGadol morre, seus herdeiros deverão oferecer esta oferta até que outro Kohen haGadol fosse nomeado." Os Sábios tem uma extensa discussão a respeito de quem deveria costear as ofertas de cereais em tal circunstância: "Nossos rabinos ensinaram: Se o Kohen haGadol morreu e não havia nomeado outro em seu lugar, de onde virá a oferta que deve ser oferecida? Da herança de seus herdeiros? Porque está escrito: "E o sacerdote ungido que deve estar em seu lugar dentre os seus filhos devem oferecê-lo". Então o rabino Judá bar Simeão diz: 'É um estatuto para sempre ", isso implica que ela é oferecida às custas da comunidade" (n. Menachot 51b).
O texto acima levanta a questão de como exatamente o Kohen haGadol é nomeado e quanto tempo leva para esse processo acontecer. Se tem havido uma discussão sobre quem arca com o custo da oferta, então pode-se supor que a sucessão não é nem automático ou instantâneo. Um, ou talvez mais de um dos filhos do sacerdote falecido ficava responsável por manter os sacrifícios diários até o período de luto tenha acabado e o novo Kohen haGadol fosse instalado.
É importante reconhecer que as nossas relações com D´us, sejam judeus ou gentios, não estão em uma base hereditária. Rav Sha'ul (Apostolo Paulo) descreve uma continuidade da graça no seio das famílias: "Porque o marido incrédulo é santificado por causa de sua esposa, e a esposa incrédula é santificada por causa de seu marido. Caso contrário, os vossos filhos seriam impuros, mas agora são santos" - (1 Coríntios 7:14, ACF). Pela presença de um crente em uma família de descrentes, uma medida de graça é estendida para os membros incrédulos, para que possam ouvir o evangelho e ter a oportunidade de entrar em relacionamento com D'us por si mesmos.
O povo judeu continua, evidentemente, o povo escolhido de D´us por causa de Sua aliança feita com conosco no Mt. Sinai, mas cada homem é responsável pelo seu próprio pecado - "Naqueles dias, eles deixarão de dizer: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram" . Mas todo mundo morrerá pela sua própria iniquidade. Cada homem que comer uvas verdes os dentes se embotarão. " (Jeremias 31:29-30, ESV) e confirmada em "Eis que todas as almas são minhas; a alma do pai bem como a alma do filho é minha:. a alma que pecar, essa morrerá ... A alma que pecar, essa morrerá o filho não sofrerá pela iniqüidade do pai, nem o pai sofrerá por causa da iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele." (Ezequiel 18:4,20, ESV).
Cada pessoa é responsável pelo seu próprio pecado e, portanto, responsabilizado para encontrar expiação e perdão individualmente com D'us através da pessoa Bendita de Seu Filho Yeshua haMashiach.
Isto explica as formas ligeiramente diferentes em que judeus e gentios se aproximam de D'us e que eles têm em comum a respeito do Messias. Um judeu, como parte do povo judeu, um descendente físico de Avraham, Yitz'khak e Ya'akov, está em uma relação de aliança com D'us, que impõe certas obrigações sobre ele. A existência do povo judeu confirma na palavra da Escritura que D´us nunca vai desistir ou revogar a sua aliança com o povo de Israel, apesar de seu pecado(Jeremias 31:35 -37, Romanos 11:1-2a). Os Gentios, por outro lado, como descendentes de Noé também estão em uma relação de aliança com D'us, que também impõe certas obrigações(embora menos extensa) à eles(Atos 15:28-29) além do mais Yeshua haMashiach fez uma Nova Aliança com Seu sangue (Mateus 26:28,Marcos 14:24, Lucas 22:20).
Isto explica as formas ligeiramente diferentes em que judeus e gentios se aproximam de D'us e que eles têm em comum a respeito do Messias. Um judeu, como parte do povo judeu, um descendente físico de Avraham, Yitz'khak e Ya'akov, está em uma relação de aliança com D'us, que impõe certas obrigações sobre ele. A existência do povo judeu confirma na palavra da Escritura que D´us nunca vai desistir ou revogar a sua aliança com o povo de Israel, apesar de seu pecado(Jeremias 31:35 -37, Romanos 11:1-2a). Os Gentios, por outro lado, como descendentes de Noé também estão em uma relação de aliança com D'us, que também impõe certas obrigações(embora menos extensa) à eles(Atos 15:28-29) além do mais Yeshua haMashiach fez uma Nova Aliança com Seu sangue (Mateus 26:28,Marcos 14:24, Lucas 22:20).
Rav Sha'ul mostra que, apesar de gentios não serem formalmente parte de Israel ou sujeito às leis da primeira aliança, quando se comportam de forma adequada,são considerados herdeiros das mesmas bênçãos, das promessas e das honras( Romanos 11:29-32). Isto demonstra que a lei de D'us foi gravada em seus corações e que suas consciências agem para condená-los de seus pecados(Romanos2:15).
Outra vez Rav Sha´ul chegou a conclusão que: "Todos pecaram e não são capazes de merecer o louvor deD´us." (Romanos 3:23 , BJC), concordando com o que disse o Rei Salomão: "De fato, não há homem justo sobre a terra que continuamente faz o bem e que nunca peque." (Eclesiastes 7:20, NVI). A partir desta posição de pecado universal, tanto judeus quanto gentios precisam da expiação - um sacrifício para pagar ou cobrir seu pecado - e do perdão, o que é encontrado no Messias Yeshua: "O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo." (João 1:29); note-se o Evangelho não diz "o pecado dos judeus" ou "o pecado dos gentios", mas "o pecado do mundo", porque Yeshuaé tanto o Mashiach de Israel,quanto o Mashiach de todos os que crêem Nele.
Ele abriu o caminho para que todos possam ser reconciliados: "D´us estava no Mashiach reconciliando consigo o mundo a si mesmo, não contando os seus pecados contra eles e nos deu o ministério da reconciliação." (2 Coríntios 5:19 NVI) e assim todos os crentes, sejam judeus ou gentios, apesar de seus chamados individuais e forma de viver diante de D'us,seja levemente diferente, "todos são um no Mashiach Yeshua." (Gálatas 3:28 VRA). Judeus e gentios, juntos no mesmo alicerce espiritual diante de D´usreceberam o sacrifício expiatório do Mashiach na cruz. Estas Boas Novas se aplicam aos judeus e gentios. Criando assim os mesmos benefícios, um relacionamento restaurado com D´us, a vida em toda sua plenitude e agora a vida eterna tanto para judeus, como para os gentios que confiam nEle.
Então, a pergunta importante hoje não é: "Você é um judeu ou gentio?" mas "Você conhece a Yeshua?" Assim como Israel tinha a responsabilidade de trazer a oferta de cereais diariamente e mesmo durante a morte do Kohen haGadol (Sumo Sacerdote), somos responsáveis individualmente pelos nossos pecados e não podemos culpar os nossos pais. Embora o sacerdócio fosse hereditário, a salvação é uma decisão pessoal que cada um tem que fazer.As nossas famílias são abençoadas quando nos submetemos ao Senhor, mas cada um deve fazer a sua própria conexão com Yeshua, pela fé, crendo no que Ele fez por nós.
Você conhece a Yeshua por sua experiência com Ele ou você está confiando em sua família ou posição social? Ou ainda será que você está confiando em seus próprios méritos, por ser uma pessoa boa? Ele é a maneira certa que D´us providenciou para que tenhamos comunhão com o Pai. Esta é uma decisão que cada individuo tem que fazer, seja judeu ou não. Você já fez a sua escolha? Que D´us lhe abençoe em sua decisão.
Traduções bíblicas usadas:
JPS - Jewish Publication Society.
ACF - American Christian Fellowship.
ESV - English Standart Version.
NIV - New International Version.
BJC - Bíblia Judaica Completa.
VRA - Versão Revista e Atualizada.
***
AEC - Antes da Era Comum , também conhecido como AC - Antes de Cristo.
EC - Era Comum - Depois de Cristo.
21/03/13
Rosh Jaime Araújo
Congregação Moréshet Yeshua
Salvador, Ba